Desta vez é sobre uma semente - a LINHAÇA :)
A linhaça, Linum usitatissimum L., é a mucilagem
solúvel obtida a partir das suas sementes. Esta planta é originária do Oriente,
mas é cultivada em numerosos países de clima temperado da Europa e da América.
É uma planta herbácea de 40 a 80 cm de altura, com caule ereto e folhas
alongadas e estreitas. As suas flores são azuis claras com 5 pétalas cada. O
fruto é uma cápsula que engloba 10 sementes de cor castanha. São estas sementes
de linhaça que são utilizadas como fins terapêuticos e também na alimentação.
As sementes de linho, como
também são conhecidas, são extremamente ricas em ácidos gordos insaturados,
incluindo o ácido linolénico, ácido linoleico e ácido oleico.
Nos seres humanos o ácido
linolénico diminui os níveis totais de colesterol e de lipoproteínas de baixa
densidade (LDL = “mau colesterol”). Devido a esta razão, a inclusão das
sementes de linhaça na alimentação mediterrânea conduzem a uma redução bastante
significativa (cerca de 75%) nas mortes por enfarte do miocárdio.
Outro constituinte
fitoquímico de extrema importância é o linhano. Estes linhanos são
fitoestrogénios que reduzem a testosterona livre e total bem como a
5-α-redutase, tendo assim um efeito importante na prevenção do cancro da
próstata, como prova um estudo realizado em 2008 na Universidade do Texas.
Nesse estudo participaram 161 pacientes com cancro da próstata, sendo divididos
em 4 grupos distintos: Grupo A, dieta normal (grupo de controlo); Grupo B,
30g/dia de sementes de linhaça; Grupo C, dieta pobre em gordura; Grupo D,
30g/dia de sementes de linhaça e uma dieta pobre em gordura. Ao fim de 30 dias,
as análises demonstraram os resultados. As taxas de proliferação das células
cancerígenas foram significativamente mais baixas nos dois grupos que estavam a
fazer 30g/dia de semente de linhaça. Mesmo quando comparados com o grupo que
estava a fazer a dieta pobre em gordura, os resultados são superiores em favor
dos grupos B e D.
Resultados semelhantes foram
obtidos num estudo realizado com mulheres recentemente diagnosticadas com
cancro da mama. O estudo realizado em 2005 conclui que “as sementes de linhaça
demonstram um potencial na redução do tumor em pacientes com cancro da mama.
Para além disso, outros estudos realizados em 2004, 2010 e 2011 concluíram que
as sementes de linhaça potenciam em 53% o efeito do tamoxifeno, o medicamento mais utilizado no tratamento convencional
do cancro da mama.
As sementes de linhaça têm
também outros efeitos benéficos e de extrema importância para a saúde. Atua
como um excelente laxante suave já que evita a irritação gástrica, contribuindo
para a estimulação do peristaltismo (movimentos musculares do cólon) e para a
lubrificação das fezes. Ao mesmo tempo, as suas mucilagens exercem um efeito
cicatrizante e protetor da mucosa intestinal, utilizando-se bastante em
patologias como diverticulose e doenças inflamatórias crónicas do intestino
(como o síndrome do cólon irritável e doença de Crohn).
Estas sementes são ainda
úteis, quando usadas em cataplasma, em casos de inflamações cutâneas e
calmantes de dores menstruais e cólicas intestinais.
As sementes de linhaça são
encontradas em ervanária, lojas de produtos naturais e supermercados. A dose
diária recomendada para as sementes inteiras é de uma a duas colheres de sopa
por dia, podendo ser adicionadas em cereais, iogurtes e sopa.
Estas sementes têm todo o
interesse terapêutico e preventivo para serem tidas em conta na elaboração de
uma dieta rica e saudável, que ajude a manter o estado de saúde.
Tiago Gonçalves Cabeleira (Naturopata)
Muito interessante Tiago!
ResponderEliminarObrigada por partilhar.