quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Papalagui

Papalagui é um bestseller internacional, da autoria de Tuiavii de Tiavéa, e é um livro que integra o Plano Nacional de Leitura, com mais de 1.000.000 de exemplares vendidos em todo o mundo.
 
Papalagui é uma palavra utilizada pelos samoanos (povo indígena das ilhas de Samoa), como consequência da reacção ao avistar os primeiros ocidentais que chegaram à ilha.
 
Papalagui significa homens brancos, estrangeiros, isto é, os europeus. Ao fim e ao cabo, nós somos os Papalagui.
 
Aqui fica um breve levantamento de "expressões samoanas" que eu achei particularmente castiças:

* Siva = dança nativa
* Malaga = viagem
* Fono = festividades
* Alii = cavalheiros
* Tuiga = adorno de cabeça
* Aitu = espírito maligno, demónio
* Aiga = família
* Siamanis = Alemanha
* Fafali = França
* Peletenoa = Inglaterra
* Pfui-pfui = prisão
* Alii sili = Senhor
* Tussi = letra / tussi-tussi = escrevedor de letras
* "Caixas de pedras" = casas
* "Caixas de vidro" = lojas; estabelecimentos de comércio
* "Metal redondo e o papel pesado" = dinheiro

Não conhecia o livro, mas li-o muito bem. Tem uma escrita acessível, e descobri termos e significados que desconhecia.
 
Além disso, fez-me reflectir sobre algumas coisas da vida, tais como a alusão às notícias que vêm nos jornais ("os muitos papéis"), e como isso afecta a mentalidade e as relações humanas e sociais. De facto, raramente ligo a televisão para ver as notícias. São só desgraças e misérias atrás de misérias. E são tão repetitivas. As notícias que passam na tv, as notícias que saem nos jornais deixam-me deprimente e desmotivada. Não pode só haver coisas más. Certeza que existem coisas boas, positivas e alegres para transmitir às pessoas. E eu sei que o nosso País tem coisas boas.
 
Outro dos aspectos de reflexão é o capítulo referente às "Profissões dos Papalagui e a confusão que delas resulta": segundo a perspectiva dos samoanos, cada um de nós deveria saber fazer mais do que uma coisa, pois eu acredito que todos nós somos capazes de aprender e de executar mais do que um ofício, independentemente do nosso curso/formação. O Homem não deveria viver fazendo sempre a mesma coisa e seguindo sempre a mesma profissão. Sou apologista e uma crente que todos nós temos "dons polivalentes" para " mil e uma coisas".
 
No meu caso, eu não quero, nem vou ser, tussi-tussi para toda a vida. Hei-de experimentar outras coisas, porque o mundo e a vida estão repletos de coisas novas, coisas por explorar, terrenos por pisar, dons por descobrir.
 
PS: este livro foi-me recomendado por uma pessoa especial. Um obrigada a ela (:
 
 
 
 


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